As Forças de Porter é uma ferramenta de gestão estratégica aplicada na análise do ambiente externo da organização para determinação do seu posicionamento mercado e, consequentemente, contribuir no delineamento das estratégias do negócio. Essa ferramenta nos permite avaliar quais variáveis possuem influência sobre a intensidade competitiva e a atratividade de um negócio. Criada por Michael Porter na década de 70, professor da Harvard Business School, e se mantendo como uma das ferramentas mais aplicadas pelas organizações, a análise considera 5 (cinco) forças que influenciam a competitividade de uma organização com base no seu poder de barganha e que contribuem para o seu contínuo crescimento mediante uma das seguintes estratégias:
Os analistas de estratégia aplicam as 5 forças de Porter para entenderem se novos produtos ou serviços são potencialmente lucrativos. Ao entenderem onde está o poder, a ferramenta também pode ser usada para identificar áreas de força, melhorar as fraquezas e evitar erros. As cinco forças de análise da posição competitiva de Porter Cada uma dessas cinco forças corresponde a um componente-chave da intensidade do mercado que influenciam e moldam o potencial de lucro. Se as forças são fortes, elas aumentam a competição e se as forças são fracas, elas diminuem a competição. Rivalidade entre os concorrentes A primeira análise a ser realizada se refere à intensidade de concorrência no segmento de mercado da organização mediante identificação de quantos e quais são os concorrentes considerando seu tamanho e poder, quanto maior for a disputa por um segmento, mais ativa será a ação de empresas concorrentes no sentido de atrair Clientes, incluindo achatar as margens de lucro para oferecer preços menores. Fornecedores e compradores costumam avaliar os diversos concorrentes de uma organização para obterem condições de negociação e/ou preços melhores. Por outro lado, com uma menor rivalidade a organização poderá aumentar seus preços e definir condições gerais que aumentem sua lucratividade. Essa força leva em consideração os seguintes fatores: Ameaça de Entrada de Novos Concorrentes Mercados lucrativos atraem novos entrantes, o que corrói a lucratividade, sendo assim, analisar as dificuldades que novos concorrentes enfrentam para participar de determinado segmento de mercado e sua perenidade contribui para que as organizações se mantenham o seu “poder”. Quanto maiores as dificuldades menores as chances de surgirem novos concorrentes. Podemos considerar as seguintes análises: Quando há muitas dificuldades para a entrada de novos concorrentes, as organizações que já estão posicionadas tendem a atuar com margens de lucro mais altas, mas tendem, também, a um baixo nível de inovação e podem conduzir a formação de monopólios ou oligopólios. Poder de Negociação dos Fornecedores Essa análise se refere à pressão que os fornecedores podem exercer sobre as organizações aumentando os preços, criando condições de negociação e prazos de entrega próprios, diminuindo a qualidade ou reduzindo a disponibilidade de seus produtos, notadamente quando são fornecedores de insumos, produtos e/ou serviços importantes e/ou exclusivos ou até mesmo não se interessarem devido ao baixo volume de compra. Neste caso teremos impactos na produtividade e lucratividade da organização, exigindo atenção e cuidados especiais quanto à cadeia de suprimentos. Quanto menos fornecedores, maior o poder de barganha destes e maior poderá ser o impacto caso ocorra uma interrupção do fornecimento. Essa análise pode induzir à organização a investir em novos fornecedores. Quanto à qualidade do produto e/ou serviço fornecido e seu impacto na qualidade do produto e/ou serviço da organização, a exigência de certificações associadas como a ISO 9001 visam minimizar problemas e deve ser considerada como critério para definição de um fornecedor. De outra forma, se os fornecedores estiverem concentrados em relação aos compradores – há poucos fornecedores e muitos compradores – o poder de barganha dos fornecedores é alto. Por outro lado, se os custos de mudança do comprador – o custo de mudar do produto de um fornecedor para o produto de outro fornecedor – são altos, o poder de barganha dos fornecedores também é alto. E, claro, se o oposto for verdadeiro para qualquer um desses fatores, o poder do fornecedor é baixo. Ameaça de Produtos Substitutos Precisamos entender que esta ameaça se refere à disponibilidade de um produto, similar ou equivalente, que o Cliente pode comprar em vez do produto da organização. Um produto substituto é um produto de outra organização que oferece benefícios semelhantes aos Clientes como o produto produzido pela organização. Como exemplo, podemos considerar que um cinema atua no segmento de entretenimento e pode ser afetado não só por outros cinemas mas, também, por outros segmentos similares tais como: restaurante, futebol, tv, etc.. Uma baixa ameaça de produtos substitutos torna uma indústria mais atraente. Além disso, aumenta o potencial de lucro para as empresas do setor. Por outro lado, uma alta ameaça de produtos substitutos torna uma indústria menos atrativa. Também diminui o potencial de lucro para as empresas do setor. Poder de Negociação dos Clientes Essa análise se refere à pressão que os Clientes podem exercer sobre as organizações para que forneçam produtos de maior qualidade, melhor atendimento e preços mais baixos, representando custos para a organização. Clientes fortes podem tornar uma segmento de mercado mais competitivo e diminuir o potencial de lucro para a organização. Por outro lado, Clientes fracos, aqueles que ficam à mercê da organização em termos de qualidade e preço, tornam o segmento de mercado menos competitivo e aumentam o potencial de lucro para a organização. Se os Clientes estiverem mais concentrados do que as organização – se houver poucos Clientes e muitas organizações – então o poder do Cliente é alto. Ao passo que, se os custos de troca – o custo de troca do produto de uma organização pelo produto de outra organização – são baixos, o poder de barganha dos Clientes é alto. Outra situação considera que se os Clientes forem sensíveis ao preço e bem informados sobre o produto, o seu poder é alto. Então, se os Clientes comprarem grandes volumes de produtos padronizados da organização, o poder de barganha dos Clientes é alto. Se produtos substitutos estiverem disponíveis no mercado, o poder dos Clientes é alto. Nos casos contrários o poder de barganha será baixo para os Clientes. Podemos considerar as seguintes análises: Análise de Porte Restrições da Análise de Porter
As 5 forças de Porter é uma ferramenta poderosa e pode ser aplicada como complemento de uma análise SWOT, sendo útil no planejamento estratégico e auxiliar uma organização na tomada de decisão se deve ou não entrar em um segmento de mercado pelo seu potencial lucrativo porém existem, também, fraquezas e limitações. A ferramenta subestima a influência das competências essenciais da organização em sua capacidade de obter lucro ao considerar que o único fator determinante é o poder de barganha, ou seja, se torna difícil sua aplicação em grandes corporações multinacionais com sinergias e interdependências a partir de um portfólio de negócios. Além disso, a ferramenta 5 forças de Porter assume que não há conluio na indústria e, finalmente, a análise de Porter não considera a possibilidade de criação de um novo segmento de mercado.
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