A natureza do gerenciamento é “satisfazer as necessidades das pessoas” entregando produtos e/ou serviços à sociedade que assegurem o cumprimento da missão da organização e sua sobrevivência a longo prazo, sejam privadas ou públicas, com ou sem fins lucrativos, e devemos considerar, de forma geral, quatro tipos de pessoas (partes interessadas): Acionistas, Clientes, Funcionários e Sociedade. Para “satisfazer as necessidades das pessoas”, muitas vezes antagônicas, é necessário analisar e resolver “problemas” de forma eficaz, seja ele o indesejável “mau problema” (desvio da rotina), seja ele o desejável “bom problema” (mudanças para melhoria). Sem “problemas” não se faz necessário haver gerenciamento e o melhor a fazer é liberar os gerentes para gozarem férias. A resolução dos “problemas” organizacionais é responsabilidade inequívoca da liderança organizacional, mesmo quando delegada a membros da equipe, e requer método e conhecimento técnico dos processos para se alcançar o sucesso. Método é uma palavra originada do grego pela conjugação das palavras “Meta” e “Hodós”, sendo que “Meta” possui o significado de “alcançar algo, alvo, objetivo, ir além” e “Hodós” possui um significado de “via, estrada, caminho”, desta forma um método é “o caminho para se alcançar resultados”. Em 1637, o filósofo francês René Descartes lançou em seu tratado filosófico, O Discurso do Método, um método para a condução científica do pensamento humano em busca da verdade. Esse método racionalista o conduziu à máxima: “Penso, logo existo”, desde então é considerado o Pai da Filosofia Moderna e o Pai da Matemática Moderna. O método cartesiano privilegia a razão na busca do conhecimento em detrimento da lógica sem verificação real, ao se instituir a dúvida de que só se pode dizer que existe aquilo que possa ser provado, assim como se faz necessário conhecer as partes para entender o todo. Com o passar dos anos o método cartesiano se demonstrou único para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia sendo reconhecido como o método científico moderno e ainda não criaram outro que o substitua. O método cartesiano é, por essência, um método de análise e solução de “problemas”, é um modo científico de dissecar causas e efeitos e nos conduzir às respostas para um determinado “problema”. Em meados de 1920, Walter A. Shewart representou o método cartesiano e a aplicação do conhecimento adquirido no mundialmente reconhecido Ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Action) que foi amplamente disseminado por Willian E. Deming e, desde então, diversas variações mercadológicas foram criadas, mas, no fundo, o método é o mesmo. O método cartesiano é, aparentemente, de fácil aplicação e o aprendizado, por ser um modelo bastante instrutivo, é a alma de sua utilização, pois ele permite criar, aprender, copiar e difundir conhecimento ao considerarmos que “a busca por resultados é paralela à busca do conhecimento”.
A busca pela verdade (problema), que está contida nas informações e dados organizacionais, é o que fornece a base e a orientação necessária para uma adequada tomada de decisão e, conforme proposto por Descartes, o método consiste de 4 (quatro) regras a serem aplicadas na etapa de Planejamento do ciclo PDCA: Regra da evidência – “Jamais acolher alguma coisa como verdadeira que não se conhecesse evidentemente como tal, isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.” Defina e delimite claramente o problema a ser estudado com base em evidências reais e não intuitivas, para evitar perder o foco e/ou despender esforços e recursos que, algumas vezes, conduziram a resultados desastrosos. “Meu problema é falta de dinheiro” > “Meu problema é não possuir meios de gerar renda” Regra da análise – “Dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.” Colete as informações organizacionais qualitativas e quantitativas para as diversas variáveis que compõem o problema e aplique ferramentas de análises tais como: diagrama de Pareto, diagrama de árvore, diagrama de causa e efeito, gráfica sequencial e a própria estatística. Regra da síntese – “Conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.” Revise, sempre que necessário, e sintetize os dados analisados em um todo verdadeiro. Regra da enumeração – fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir. Enumere todas as conclusões e princípios utilizados mantendo a ordem do pensamento para definir as ações possíveis e decidir por qual(is) será(ão) aplicada(s). As demais etapas do ciclo PDCA se referem à aplicação prática do conhecimento adquirido em benefício da organização, da sociedade e do homem, traduzido nas ações definidas para resolução do problema. Da mesma forma é possível ocorrer algumas dificuldades na sua aplicação:
Cabe ressaltar que o método PDCA não é aplicável por si só, se faz necessário aplicar o PDCA para melhorar associado ao PDCA para manter, ou seja, o SDCA, no qual o P será substituído pelo S de Standardize, padrão, visando validar os resultados esperados e assegurar que a melhoria seja efetiva.
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