O Planejamento Estratégico (P.E) é “um processo gerencial para formulação e implementação de estratégias que estabeleçam a natureza e a direção futura da organização em termos de negócios, produtos, mercados e vantagens competitivas, organizando sistematicamente as atividades necessárias à execução destas decisões” focadas na perenidade da Missão, de longo prazo, e da Visão, de curto e médio prazo, da organização. Segundo Michael Porter, “o objetivo de uma estratégia é encontrar uma posição dentro do mercado, de forma que a organização possa se defender contra as forças competitivas dos concorrentes ou influenciá-las a seu favor”. “Strategos” – a arte dos generais: o começo do P.E. remonta às guerras antigas e modernas e se tornou um conceito empresarial a partir de 1950 com foco na análise do contexto interno e, a partir de 1960, passou a considerar modelos de análise de mercado e ambiente externo que foram desenvolvidos e agregaram ferramentas que permitiram superar a imprevisibilidade pela imaginação possível do futuro para modelos de mapeamento do futuro com base na compreensão do momento atual. O P.E. consiste na obtenção de informações confiáveis referentes ao contexto externo, ameaças e oportunidades, e ao contexto interno da organização, pontos fortes e pontos fracos, para subsidiar a avaliação dos cenários futuros possíveis e a tomada de decisão quanto à direção que a organização irá seguir: estratégias, resultados esperados e benefícios desejados. É muito comum, infelizmente, ouvirmos que no Brasil nada vai adiante por falta de planejamento e essa é uma questão cultural. Não estamos acostumados a planejar e quando o fazemos, não cumprimos o plano adequadamente, e a tempo. A implementação das estratégias é um desafio permanente para as organizações e conduzem, normalmente, ao estabelecimento de indicadores, metas, planos de ação e disponibilidade de recursos que permitam a sua execução, monitoramento e ajustes necessários para assegurarem o seu sucesso. Sobre a Missão, a Visão e os Valores Todas as organizações que pretendem ser longevas precisam disponibilizar recursos para formulação e definição das estratégias que irão assegurar a sua sobrevivência ao longo do tempo. Nesse aspecto, é ideal que as organizações definam, clara e objetivamente, sua Missão e Visão para que as pessoas que atuam sob seu controle possam se inspirar, motivar e engajar no alcance dos objetivos estratégicos estabelecidos. A Missão é uma afirmação do propósito da organização e sua finalidade como negócio, é a razão de sua existência e, por isso, precisa estar descrita como uma declaração dos benefícios esperados para a Sociedade. "Disseminar os fundamentos da excelência em gestão para o aumento de competitividade das organizações e do Brasil." (FNQ - Fundação Nacional da Qualidade) A Visão é uma imagem projetada de um cenário futuro esperado, por isso, deve ser descrita de forma prática, realista e temporal, onde e quando a empresa deve atingir seus objetivos, por esse motivo, pode sofrer mudanças ao longo do tempo. "Ser um dos principais centros mundiais de estudo, debate e irradiação de conhecimento sobre a excelência em gestão." (FNQ - Funadação Nacional da Qualidade) Os Valores transcrevem a cultura organizacional sendo um “guia” que orienta as decisões, as atitudes e os caminhos que devem ser seguidos. Os Valores determinam os limites comportamentais para seus colaboradores e nas relações da empresa com seus clientes, fornecedores e parceiros. Planejamento Estratégico: quando executar? O P.E. é um processo fundamental para uma boa gestão organizacional, sendo adequado que seja contínuo e cíclico. O senso comum considera que o Planejamento Estratégico deve ser realizado, no mínimo, anualmente, aplicando um horizonte de Visão para os próximos 3, 5 ou 10 anos e definindo as prioridades e metas para o próximo trimestre, semestre e/ou ano, a critério da organização. As premissas acima são válidas para a grande maioria das organizações, mas é preciso levar em conta a complexidade, velocidade de crescimento e nível de maturidade do negócio para determinar a periodicidade adequada para a execução do P.E. de forma a assegurar seu alinhamento com a realidade. Considerando a periodicidade anual, o senso comum também considera como referência para execução do P.E. o ano fiscal visando seu alinhamento com a função financeira (orçamento) mas, novamente, é preciso observar o “pico operacional” da organização, se houver, para não impactar as operações do negócio, por exemplo: se há um pico de vendas no fim do ano, executar o Planejamento Estratégico neste período será uma péssima prática. No Brasil, o ano fiscal corresponde ao próprio calendário janeiro-dezembro e, logo em seguida, temos o tradicional período de férias que nos coloca o paradigma de que “o ano só começa depois do Carnaval”, o que pode conduzir a um vácuo entre o P.E. e sua efetiva implementação. Planejamento Tático e Operacional O P.E. envolve uma análise do passado e do presente para se traçar o rumo futuro de médio e longo prazo e a definição de ações não muito detalhadas que devem ser revisadas e atualizadas constantemente para se manterem dentro da realidade para subsidiarem a tomada de decisões. O planejamento tático é um desdobramento do P.E., um pouco mais detalhado, com foco no médio prazo, sendo responsável por criar metas e condições para que as ações estabelecidas no P.E. sejam realizadas e está relacionado aos setores ou áreas da organização. O planejamento operacional é bem mais detalhado e focado no curto prazo, especificando pessoas, responsabilidades, atividades, além dos recursos necessários para sua execução e está relacionado aos processos operacionais. Planejamento Estratégico: como executar? A execução do P.E. exige a obtenção e avaliação de informações relevantes e confiáveis que respondam as seguintes questões, da forma mais ampla possível:
Há diversos métodos e ferramentas para auxiliar a execução do P.E., que podem ser aplicadas simultaneamente, entre eles: 5 Forças de Porter; Análise SWOT, Análise PESTAL, Matriz BCG, Benchmarking, Pesquisas, Relatórios setoriais, etc.. Independente dos métodos e ferramentas utilizados é preciso entender que é bem melhor um bom planejamento bem executado do que um planejamento excepcional que nunca sai do papel. "Medir é entender, entender é ganhar conhecimento, ter conhecimento é ter força, desde o começo dos tempos. O que torna o homem diferente dos outros animais é nossa habilidade de observar, medir, analisar e usar essa informação para causar mudanças" (James Harrington)
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