Projetos são meios pelos quais as organizações introduzem mudanças em seus negócios visando transformar suas operações atuais para sobreviver e competir no futuro e necessitam ser planejados, delegados, monitorados e controlados em todos os seus aspectos, incluindo a motivação dos envolvidos para atingir os seus objetivos. Como dito na introdução (Parte 1) a estrutura do método PRINCE2 para o gerenciamento do projeto é composta por 4 (quatro) elementos integrados: princípios, temas, processos e ambiente de projeto. Apresentamos os princípios no artigo anterior (Parte 2) e agora vamos conhecer melhor os temas do PRINCE2. Temas PRINCE2 Os temas descrevem os aspectos do gerenciamento de projeto que devem ser tratados continuamente e em paralelo ao longo de toda a execução do projeto. Os 7 (sete) temas explicam o tratamento específico que o PRINCE2 requer para as várias disciplinas de gerenciamento de projeto e por que são necessárias e são cuidadosamente projetados para interagirem entre si, formando um todo.
Todos os projetos são iniciados considerando uma idéia que apresente um valor potencial para organização e o tema Business Case trata de como esse ideía se desenvolve em uma proposta de investimento viável e como o projeto mantem o foco nos objetivos da organização a longo prazo. Seu propósito é estabelecer mecanismos para julgar se o projeto é (e continua sendo) desejável, viável e realizável como meio para apoiar o processo de tomada de decisão sobre o investimento no projeto e a manutenção desse investimento. O Business Case é a documentação da justificativa do projeto através da apresentação das informações de custos, riscos e benefícios esperados, de forma a assegurar que o projeto vale o investimento. Essas informações precisam ser atualizadas ao longo do projeto para permitir que o Comitê Diretor possa avaliar e tomar decisões sobre a capacidade do projeto em continuar contribuindo para os objetivos corporativos.
A organização patrocinadora do projeto precisa distribuir o trabalho entre os gerentes, os quais serão responsáveis por conduzí-lo até a sua efetiva conclusão porém, como projetos são interfuncionais, as estruturas funcionais de rotina não são adequadas. O tema Organização trata dos papeís e responsabilidades da equipe temporária necessária ao gerenciamento eficaz do projeto. Seu propósito é definir e estabelecer a estrutura funcional de prestação de contas e responsabilidades que atuarão em um ambiente Cliente/Fornecedor, no qual sempre haverá um Cliente especificando o resultado desejado e o Fornecedor que poverá os recursos e habilidades para entregar esses resultados, que serão validados pelos Usuários. Aqui cabe esclarecer que não são definidos cargos de gerenciamento e sim papéis associados a um conjunto de responsabilidades que podem ser compartilhados ou combinados de acordo com as necessidades do projeto, garantindo a governança e a estratégia de comunicação adequada, e que devem ser revisados ao longo do projeto pois algumas habilidades podem ser necessárias por um período de tempo relativamente curto. Como podemos perceber, a estrutura da equipe de gerenciamento de projetos é constituída de 4 (quatro) níveis de gerenciamento: Gerência Corporativa, Direção, Gerência do Projeto e Entrega, e possui representantes das 3 (três) categorias de partes interessadas do projeto: Negócio, Usuário e Fornecedor.
A idéia inicial do projeto deve ser entendida como um esboço amplo que será desenvolvido de modo a que todos os participantes possam entender os atributos de qualidade dos produtos a serem entregues e o gerenciamento do projeto irá assegurar que esses produtos sejam efetivamente entregues. Este tema definirá e implementará os meios pelos quais o projeto criará e confirmará os produtos adequados. A Qualidade fornece a compreensão explícita do que o projeto criará – escopo – e os critérios para sua avaliação –qualidade – para que não fiquem expostos a diversos riscos, tais como: disputas em torno da aceitação, retrabalho, mudanças sem controle, insatisfação do usuário, etc. O custo total e prazos do projeto só podem ser estimados após o estabelecimento dos critérios de qualidade dos produtos e as atividades de gerenciamento da qualidade devem ser incluídas no planejamento do projeto. Outra característica é que a Qualidade abrange a busca por melhoria na eficiência e eficâcia tanto do gerenciameno do projeto, como de seus produtos, através da contribuição advinda das lições aprendidas.
Os projetos PRINCE2 possuem uma série de planos que necessitam ser aprovados e compromissados pelo nível relevante da equipe de gerenciamento do projeto antes de sua execução e este tema complementa o tema Qualidade, descrevendo as etapas necessárias para o seu desenvolvimento e correspondem as necessidades dos vários níveis da organização, tendo como foco a comunicação e o controle do projeto. Um plano PRINCE2 é um documento que descreve como, quando e por quem uma meta específica ou um conjunto de metas devem ser concretizadas, as quais incluem os produtos do projeto, prazos, custos, qualidade e benefícios, ou seja, devem conter informações detalhadas para confirmar que as metas são alcançáveis. O desenvolvimento e a manutenção de planos viáveis fornecem uma linha de base em relação à qual o progresso pode ser mensurado. Eles habilitam a divulgação das informações de planejamento para as partes interessadas, a fim de garantir os compromissos que apoiem o plano.
Projetam geralmente implicam em mais riscos do que as atividades rotineiras e este tema trata de como os gerentes de projeto gerenciam as incertezas em seus planos e, mais amplamente, no ambiente do projeto como um todo, através da identificação, avaliação e controle dessas incertezas e, como resultado, aumentar a capacidade de êxito do projeto. Assumir riscos em projetos é inevitável pois projetos lidam com mudanças, que introduzem incertezas e, portanto, risco. O gerenciamento de risco deve ser sistemático e assegurar o controle dos riscos que poderiam afetar a entrega dos objetivos do projeto.
As mudanças são inevitáveis ao longo de um projeto e podem afetar as metas de desempenho do projeto, logo necessitam de uma abordagem sistemática para sua identificação, avaliação e controle visando assegurar sua aprovação pela autoridade competente. Mudanças podem ocorrer devido a imprevistos (evento não planejado) ou falha da qualidade ou por uma requisição de mudança de qualquer uma das partes interessadas. É precisamos avaliar e agir em resposta as questões (issues) das partes interessadas que podem impactar a linha de base do projeto (seus planos e produtos já concluídos). O objetivo não é evitar a mudança mas garantir sua aprovação pela autoridade competente.
Aqui tratamos da viabilidade contínua do projeto, explicitada na tomada de decisão na aprovação dos planos, no monitoramento do desempenho e nas questões que precisam ser encaminhadas aos níveis hierárquicos superiores, se os eventos não ocorerrem conforme o planejado, para determinar se o projeto deve prosseguir. É preciso definir os mecanismos de monitoramento e comparação entre as realizações efetivas em relação às planejadas, de forma a fornecer uma previsão para o alcance dos objetivos e a viabilidade continuada do projeto, assim como controlar os desvios inaceitáveis. O monitoramento do Progresso é realizado ao final de cada estágio do projeto considerando as tolerâncias permitidas ao estágio (autoridade delegada) que podem sugerir a escalada da tomada de decisão para um nível superior caso alguma previsão sugerir que uma ou mais tolerâncias serão excedidas (exceções). No próximo artigo estaremos esclarecendo os processos do método PRINCE2.
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